Voltaire 1694-1778

 


Uma das maiores desgraças dos homens de bem é serem covardes. Gemem, calam-se e esquecem.


Entendo e quase invejo a gentil e inocente alegria dos comuns, mas amo a angústia de ser incomum.

O mundo me intriga. Não posso imaginar que este relógio exista e não haja relojoeiro.

Os sábios falam porque têm alguma coisa para explicar; os tolos, porque gostam de ouvir a própria voz!

Se Deus fez o homem à sua imagem e semelhança, o homem retribuiu muito bem a gentileza.

Um Homem grosseiro é facilmente reconhecido:
Não raciocina, portanto não duvida de nada,
Não nega, portanto não crê. Cultiva hábitos há muito nele arraigados e nada aceita, medroso, além daquilo que sejam as conveniências do que vai até a porta da frente da sua casa.
Não testemunha o seu tempo: Vive no tempo do que um dia conquistou; não deixa que ninguém o conheça, posto precisar defender-se com frequência e, dessa forma, fica livre para ofender os outros.
Um Homem rude é aquele que aprende com o que lê, mas prefere não aplicar o que a teoria lhe ensinou, medroso, nada aceita do mundo presente, porque julga que já traçara seu destino e o inesperado não lhe interessa memsmo que seja a sua própria felicidade.
Mas um homem infeliz é aquele que desconhecendo os caminhos da existência e as possibilidades que neles se escondem, julga que nada precisa mudar e que tudo está certo como está.
Feliz é o homem, certamente, que apesar de todas as adversidades, cruza sem medo a via do destino, toma na mão as rédias de sua própria vida, conduz o carro dos seus dias para onde seu coração e a sua inteligência lhe indicar.

Os homens nunca sentem remorsos por coisas que estão habituados a fazer.

O santo Império Romano não era santo, nem Império e nem mesmo Romano.

Paixão é uma infinidade de ilusões que serve de analgésico para a alma. As paixões são como ventanias que enfunam as velas dos navios, fazendo-os navegar; outras vezes podem fazê-los naufragar, mas se não fossem elas, não haveriam viagens nem aventuras nem novas descobertas.

Os maus só têm cúmplices; os libertinos têm sócios de devassidão; o comum dos homens ociosos tem relações. Os homens virtuosos têm amigos.

Para ter sucesso neste mundo não basta ser estúpido, é preciso também ter boas maneiras.

O espírito de propriedade duplica a força do homem.

O repouso é uma boa coisa, mas o tédio é seu irmão.

O supérfluo é uma coisa extremamente necessária.

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