Relógio Negro
Microcontos
Relógio-negro
Ao abrir uma nova cartela de comprimidos, Euclides sempre se perguntava:
– Quem vai terminar primeiro?
No parquinho
– Proi-bi-da-a-en-tra-da-de-cri-an-ças-com-mais-de-um-me-tro-e-vin-te-de-al-tu-ra. Aprendi a ler, mãe!
– Proi-bi-da-a-en-tra-da-de-cri-an-ças-com-mais-de-um-me-tro-e-vin-te-de-al-tu-ra. Aprendi a ler, mãe!
Digo
Gente não envelhece e morre, digo, gente não sabe que envelhece e morre, digo, gente não vive como se soubesse que envelhece e morre.
Relógio biológico
Afrânio marcava o tempo com os intervalos entre os cortes de unhas e cabelos.
Reificação
Dagoberto cuidou tanto de adquirir
coisas e de cuidar de coisas
que se descuidou.
Relógio biológico
Afrânio marcava o tempo com os intervalos entre os cortes de unhas e cabelos.
Reificação
Dagoberto cuidou tanto de adquirir
coisas e de cuidar de coisas
que se descuidou.
Novembro/2019
Há muito leio os microcontos do Moisés. São pérolas! Aqui também entra dose de poesia, na maneira como ele descreve cenas do cotidiano. Microcontista nato!
ResponderExcluirMagistrais. "Relógio-negro" é antológico!
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